BADECO

 Ivan Manoel de Oliveira
 
(  Badeco  )

Joinville-SC, 15 de Março de 1945
 
O volante Badeco começou a carreira no América de sua cidade-natal, em 1964. Ficou lá até 1967, quando teve uma passagem meteórica pelo Corinthians, disputando apenas dois amistosos. Mas foi no América do Rio de Janeiro que começou a se destacar, ao lado de Edu, assim como na Portuguesa, logo depois.
Defendeu o time carioca entre 1968 e 1973, e no mesmo ano foi para a Lusa, onde, apesar de contestado no início, conquistaria o único título de sua carreira, o Campeonato Paulista de 1973. Os cinco anos que passou lá são considerados os melhores de sua carreira: lá ele foi considerado "um dos melhores jogadores do Brasil na função de proteger seus zagueiros". Foi ainda vice-campeão paulista em 1975. Depois de deixar o time paulista, em 1978, defendeu no mesmo ano o Comercial, do Mato Grosso do Sul, e o Juventude.
Aposentou-se em 1981, por causa de uma lesão no tendão de Aquiles, e no ano seguinte formou-se em Direito, passando em concurso para ser delegado da Polícia Federal. Hoje trabalha com crianças carentes e advogados recém-formados em uma cooperativa com a Prefeitura de São Paulo.

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

  • Apelido: Badeco
  • Nome: Ivan Manoel de Oliveira
  • Data de Nascimento: 15 de março de 1945
  • Local de Nascimento: Joinville-SC
  • Altura: n/d
  • Peso: n/d
  • Posição: volante

CARREIRA

PeríodoEquipe
1964-1967América de Joinville-SC
1967Corinthians
1968-1973América-RJ
1973-1978Portuguesa de Desportos
1978Comercial-MS
1978Juventude-RS

      TÍTULOS

AnoCompetiçãoEquipe
1973Campeonato PaulistaPortuguesa de Desportos
 
 Badeco, aos três meses de idade
 Créditos: www.terceirotempo.bol.uol.com.br

 Badeco, aos cinco anos, desfilando num 7 de Setembro
Créditos: www.terceirotempo.bol.uol.com.br

Da esquerda para direita: Ivania, Ivan, Odete, Ronaldo, Dona Niar e Wilsinho
Badeco, o Dr. Ivan, formava-se em direito
 
Créditos  www.wp.clicrbs.com.br
 Créditos: www.terceirotempo.bol.uol.com.br

 Créditos: www.terceirotempo.bol.uol.com.br

Esquadrão Campeão da Taça São Paulo 1973
Créditos: Alberto Miranda
 
 Créditos: www.terceirotempo.bol.uol.com.br

 Créditos: www.terceirotempo.bol.uol.com.br

 Créditos: www.posterdetimescampeoes.blogspot.com.br


 Créditos:  Alfredo Fernandes ( Risonho )

 Créditos:  www.lanceactivo.com.br

 Créditos:  www.terceirotempo.bol.uol.com.br
Revista Placar Nº 170 - Editora Abril -  15.06.1973 
 Pôster Portuguesa de Desportos 1973
 
 Créditos:  Revista Placar Nº 174 - Editora Abril - 13.06.1973
Pôster Portuguesa de Desportos Campeã da Taça São Paulo 1973


 Créditos:  www.sosumulas.blogspot.com.br

 Créditos:  www.terceirotempo.bol.uol.com.br

Créditos:  Revista Placar - Flavio Gomes

Elenco da Portuguesa de Desportos 1973
Em pé: Pescuma , Badeco, Zecão ( Goleiro), Calegari,
Cardoso, Santos e Manoel Mendes Gregório
Agachados: Moraes ( Massagista ) Xaxa, Tata, Cabinho, Basílio, Wilsinho
 Créditos: Alfredo Fernandes ( Risonho )
 

Em pé, da esquerda para a direita, Cardoso, Santos, Calegari, Badeco, Mendes e Zecão
Agachados, da esquerda para a direita, Antônio Carlos, Dicá, Tatá, Adilton e Xaxá
Foto enviada por Gilvannewton Souza
 
Associação Portuguesa de Desportos 1975
Primeira Fila: Diretor Silvio Moredo, Massagista: Celso da Silva, Galli, Roupeiro: Joaquim Madeira, Ico, Raimundo, Tião Abatiá, Badeco, Zeção ( Goleiro ), Massagista: Armando Morais, Preparado Físico: Ithon Fritzen e Técnico Otto Glória – Segunda Fila: Wilsinho, Bispo, Xaxá, Darcio, Miguel ( Goleiro ), Isidoro, Tatá, Dicá, Adilton. – Terceira Fila: Jacinto João, Daniel, Calegari, Santos, Cardoso, Enéas Camargo, Arenghi, Antonio Carlos, Mazinho, Eudes e Mendes
Créditos: Xaxa Lopes - Revista Placar nº 282 - Editora Abril - 22.08.1975
Adilson passando por Badeco. Um pouco atrás o zagueiro Cardoso
Este jogo foi disputado no Parque Antártica, em 15 de fevereiro de 1976
O Timão venceu por 2 a 0, gols de Tião e Russo
Foto: arquivo da família Miranda
Créditos:  www.terceirotempo.bol.uol.com.br



Foto de 1985 no Estádio do Canindé, quando de uma preliminar realizada por jogadores veteranos da Portuguesa de Desportos time de 1973. O eterno Capitão Badeco ( lado direito ) recebe de Antonio Quintal o Troféu Dr.Oswaldo Teixeira Duarte. Do lado esquerdo o saudoso goleiro Miguel e o zagueiro Isidoro. Ao fundo, entre Antonio Quintal e o Badeco, está o ponteiro Wilsinho com a mão no rosto
Créditos: Foto acervo pessoal Antonio Quintal

Badeco ao lado da Taça de Campeão Paulista de Futebol 1973
MUSEU HISTÓRICO DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE DESPORTOS
 DR. EDUARDO DE CAMPOS ROSMANINHO

BADECO
UMA TRAJETÓRIA DE SUCESSO
 
Ivan Manoel de Oliveira é um homem educado, humilde e detentor de sorriso espontâneo. Diante de tal descrição, ninguém imaginaria que ele já dividiu um título com Pelé, deu um chapéu em Rivelino e aconselhou Zico, em início de carreira. Mais conhecido como Badeco, o volante de estilo clássico jogou por diferentes clubes entre as décadas de 60 e 70: América de Joinville, Corinthians, América-RJ, Portuguesa de Desportos, Comercial de Campo Grande e Juventude. Na infância, em Joinville, Badeco teve a oportunidade de vivenciar o futebol através de ídolos do esporte. “O Didi foi jogar na minha cidade, assim como o Zizinho. Se hoje eu sou são-paulino, é por causa do Zizinho, que anos mais tarde seria meu treinador (no América-RJ). Em 1957, ele esteve em um churrasco, na minha casa, e me presenteou com uma camisa. Se eu tivesse guardado, seria uma relíquia”, diz. Porém, a memória infantil ainda revela paixão por outro tricolor: “sou torcedor do Fluminense, por causa do Didi. Desde criança, eu colecionava tudo sobre ele”.
O apelido foi uma herança paterna, assim como o dom pelo futebol. Badeco, o pai, jogou no América de Joinville, onde o filho, então Badequinho, jogou até 1967, quando realizou testes para ingressar no Corinthians. “Eu tomei um drible do Rivelino e quase levei o alambrado. Por que os caras me contrataram? Logo depois, eu dei um chapéu no Rivelino e o treinador, Zezé Moreira, veio conversar comigo”, explica. Mas, ele jogou apenas dois amistosos pela equipe paulista: o primeiro foi uma vitória sobre o Bragantino, por 4 a 0, no dia 21 de setembro de 1967. E o segundo, seis dias depois, no empate com o Paulista, em 1 a 1. Com Rivelino e Dino Sani no meio-campo corintiano, Badeco não teve muitas oportunidades na equipe. Por isso, em 1968 ele foi transferido para o América-RJ, onde foi treinado por Zizinho e atuou ao lado de Edu, irmão de Zico. “Lembro que Zico queria jogar no América, e a gente dizia: você só pode estar brincando. Vai ficar sem receber salário?” Anos mais tarde, o filho caçula da família Antunes, faria sucesso no Flamengo.
 
Ídolo e capitão da Portuguesa, Badeco realizou o maior feito da sua carreira ao conquistar o Campeonato Paulista de 1973, quando dividiu o título com o Santos. Depois de um empate sem gols - no tempo normal e na prorrogação - a Lusa havia perdido três penalidades, enquanto o Santos errou a primeira e converteu as duas chances seguintes. Mas o ex-árbitro, Armando Marques, encerrou a partida quando ainda faltavam duas cobranças para cada equipe. “Quando nós erramos o terceiro pênalti, o Sejas (goleiro santista) chutou a bola para arquibancada. Aí todo mundo começou a entrar (no gramado)”, lembra. Na época, a final realizada no Morumbi, contou com a presença de 116.156 pagantes. No momento em que o árbitro considerou o jogo encerrado, o time não percebeu o erro, mas o então treinador da Lusa, Oto Glória, conduziu os jogadores ao ônibus. Enquanto os dirigentes da Portuguesa reivindicavam a realização de outro jogo, a diretoria santista sugeria a cobrança das penalidades restantes. Após acordo entre os dirigentes, a Federação Paulista de Futebol proclamou os dois clubes campeões.
O ex-volante ainda perderia um título paulista em 1975, também em disputa de pênaltis, contra o São Paulo, mas dessa vez com outra polêmica. “Em 75, um jogador são-paulino, Muricy (hoje treinador do Santos), foi expulso no tempo normal, e na prorrogação os dirigentes tricolores invadiram o campo exigindo direito a substituição. Segundo eles, a prorrogação seria equivalente a outro jogo. Mas era uma estratégia para esfriar o time da Portuguesa”, explica. Nesse contexto, o tricolor paulista levou a partida para os pênaltis e venceu por 3 a 0, com gols de: Pedro Rocha, Serginho e Chicão. Na melhor fase de sua carreira, Badeco acredita que teria chance de ser convocado para a Seleção Brasileira, mas uma contusão e um erro no diagnóstico impediram essa possibilidade, em setembro de 1973. “Quebrei o rádio (no braço direito) e fiquei quatro meses com gesso. Com a demora, solicitei outra avaliação médica e descobri que um mês teria sido tempo suficiente para recuperação”, lamenta.  Após cinco anos na Portuguesa, Badeco ainda jogaria no Comercial de Campo Grande e no Juventude, de Caxias do Sul, em 1978. Durante o período em que atuou na equipe gaúcha, ele vivenciou um evento que marcaria sua vida. Em uma partida contra o Internacional, ele sofreu a contusão que encerrou sua carreira, após um “carrinho” do ex-jogador Paulo Roberto Falcão. “Ele deu um carrinho no canto do campo e pegou meu tornozelo. Mas, não é o fato. Eu já vinha sentindo dores (antes do jogo). Queria jogar porque era um time que pagava os salários em dia, então eu fazia infiltrações”, afirma. O ex-jogador lembra que ainda na infância, em Joinville, a mãe previa seu futuro: “filho, um dia você será policial”. Ele não acreditou, mas quis o destino que o advogado, formado em direito pela Faculdade ( agora Universidade) de Guarulhos, realizasse concurso para a Polícia Federal, quando ainda atuava pelo Juventude. E em 1982, ele foi convocado para iniciar a carreira de delegado, pela qual se aposentou. Como técnico, ele comandou os juniores da Portuguesa e o time profissional do Bragantino, antes de ingressar na Polícia Federal. Em 1998, após aposentadoria, Badeco ainda retornaria ao futebol para treinar os juniores da Portuguesa e também trabalhou em: Osasco-SP, Maringá-PR e Grêmio Mauaense-SP. Na Lusa, ele também foi supervisor de divisões de base e diretor de futebol, quando se orgulha de ter trazido o atacante Muller: “na época, levei o Muller porque ele era um jogador mais tarimbado e poderia dar orientação aos mais jovens”. A última experiência em gestão esportiva ocorreu em 2008, quando dirigiu o Estádio do Pacaembu.
 
Hoje, Badeco trabalha na Associação Craques de Sempre, ao lado de ex- companheiros da Portuguesa de Desportos, como: Basílio, Wilsinho e Cardoso. A instituição - financiada pela prefeitura de São Paulo - atua na formação de aproximadamente 6800 crianças, com idade entre seis e dezesseis anos. O ex-atleta ensina crianças e adolescentes através do próprio exemplo: “o jovem precisa de orientação. Ele tem que ver que pode alcançar uma meta desde que ele estude e procure seus objetivos”.